quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
RELATÓRIO DA INTERVENÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: Estágio Supervisionado III
Profª: Orientadora: Flávia Cirqueira.
Aluna; Edna I. Roldão Leite
Pólo: Catalão Goiás
Relatório da Intervenção Artístico Pedagógica
Ao andar pela cidade comecei a contemplar tudo o que estava ao meu redor à procura de algo que despertasse em mim algum motivo de alegria, frustração, desespero, ou seja, algo que me incomodava ou agradava, para que eu pudesse descobrir como fazer a intervenção pedagógica para o estagio supervisionado III.
Assim a cidade tornou-se um relato aberto para minha procura, passei por lindos jardins nas calçadas, por vendedores de algodão doce, um catador de garrafas pet em sua bicicleta, até os ternos de congos surgiram em meu caminho.
Mas era tudo muito comum ao meu dia a dia, e não achei aquela magia que despertasse em mim algo satisfatório.
Desta forma não consegui confrontar versões e interpretações diferentes a respeito de fatos e situações conhecidas.
Dialoguei com meus orientadores, passei fotos de alguns lugares que poderia ser possíveis portas, mas ainda sentia aquele vazio.
Após muito pensar resolvi redirecionar o meu andar para o lado oposto da minha residência.
Ao fazer o trajeto do meu percurso até a porta de entrada do estagio III, contemplei várias culturas, a qual visível aos olhos de quem quer ver, ou seja, aos olhos de observadores que procuram algo que lhe seja educador para si.
Seguidamente passei em frente ao décimo quarto Batalhão de Policia, vi vários carros e motos aprendidos, um policial na guarita fazia a proteção da entrada.
Ao lado do Batalhão tem a UFG e lanchonetes, cujo local é muito movimentado neste percurso.
Virando para o Bairro Ipanema uma esquina ao lado deste ambiente movimentado, tudo corre na mais calmaria possível, até parece um bairro fantasma, algumas pessoas passando pela rua, portas das residências e igreja fechadas, com cartazes na porta dizendo os horários de reuniões.
Passando para o bairro Leblon, deu a impressão de que o tempo parou, pois havia somente algumas construções novas surgindo neste bairro com lotes vazios e animais pastando o capim totalmente seco.
Assim, no final deste loteamento uns aglomerados de prédios novos levantam-se todos imponentes em contraste com o bairro ao lado (Cruzeiro) no qual existem construções pobres.
Em meio a estas observações contemplei alguns transportes chegando e deixando alunos em uma associação da Pestalozzi, vi pessoas com diversos tipos de deficiências, mas todos com um sorriso estampado no rosto.
Movida por uma força maior aproximei, fui recebida por pessoas com necessidades especiais que vinha ao meu encontro com os braços abertos, chamando-me de minha amiga.
Fui convidada a entrar e observei diversos tipos de oficinas e atividades recreativas, os alunos conversam sobre diversos assuntos, ouvem radio, ou algum cd de músicas que mais gostam, existe um clima de paz e alegria.
Envolvida naquele clima de harmonia senti a necessidade de contribuir de alguma forma.
Em conversa com as professoras disseram que os alunos ficam muito empolgados com atividades novas. Então percebi que havia encontrado a minha porta de entrada, em que eu poderia ajudar de alguma forma.
Assim utilizei uma abordagem etnográfica com observação, anotação em meu bloco de notas e entrevista com profissionais que trabalha no local.
Após várias visitas e entrevista com a direção sobre o processo educativo dos alunos, relatei sobre o meu estágio. Com isso, as portas foram abertas para a intervenção pedagógicas.
Diante desta porta a qual investiguei e constatei que existe somente natação, fisioterapia, fonoaudilogia, dentista, futebol, artesanato em tapete, enfeites com alguns vasos, percebi que ali eu poderia fazer a minha porta de entrada, foi quando constatei que este lugar não tem aulas de pinturas, e eu estando disposta a querer algo diferente, pretendia desenvolver minha intervenção com os alunos desta instituição.
Elaborei minha proposta que foi apresentada a direção, a qual achou interessante porque naquele lugar nunca houve alguém que fizesse este tipo de projeto.
Em diálogos com meus orientadores educacionais relatando as características da minha porta de entrada, passei a execução da proposta.
Em abordagens etnográficas com um grupo de alunos escolhidos para a intervenção, descobri que eles gostavam de desenhar com giz de cera, lápis de cores e até pintar com tinta guaches.
Falei para esses alunos sobre a minha intervenção pedagógica, percebi interesse por parte deles.
Fiquei animada, pois vi que a minha intervenção iria funcionar. Corri atrás de patrocínio e logo consegui dez telas pequenas, além de pinceis de uma papelaria.
Parece que o céu estava abrindo para mim, pois neste dia conheci a artista plástica Lara Lane, e em conversa relatei sobre a minha proposta de intervenção, ela ficou interessada e pediu para auxiliar, além de doar as a tintas guaches a instituição também doou os sacos de lixos para usarmos como aventais.
Diante disso, consegui uma aliada em minha proposta, a artista plástica Lara Lane, através dela os alunos conheceram de perto um ateliê e obtiveram contato com diversos materiais de pintura e telas.
A parceria com esta artista plástica foi muito importante, pois ela explicou algumas técnicas de pinturas e também várias formas de passar texturas em telas, como obter as cores secundárias.
Aproveitamos o percurso da nossa caminhada ao ateliê, fizemos uma visita a Fundação Cultural Maria das Dores Campos, onde o aluno obteve contato com outros tipos de pinturas, de instrumentos musicais e biblioteca.
Dando seqüência a proposta de intervenção pedagógica, assistimos na sala de computação um pequeno trailer do youtube sobre: Jackson Pollock e sua arte, artista o qual os alunos embasariam suas pinturas abstratas. A escolha por este artista é porque ele foi um representante máximo do expressionismo abstrato, o qual desenvolveu técnicas como o splashing ou o dripping, que consistentes em lançar pintura ao lienzo ou a deixar gotejar em cima deste (action painting) sem utilizar desenhos nem esquemas.
Assim os alunos poderiam utilizar suas técnicas isto facilitaria para eles comporem as suas pinturas, já que muitos desses alunos têm a coordenação motora bem comprometida, e deixando a tinta pingar sobre a tela iria realizar um trabalho semelhante à arte abstracionista de Jacksom.
Apresentei os materiais aos alunos, coloquei uma musica instrumental somente toque, para que pudesse ficar bem descontraídos, e seguidamente começamos a por as mãos em obras, partimos para fazer as texturas nas telas, onde alguns contratempos foram surgindo, tais como: massa corrida caindo no chão, alunos que não queriam sujar as mãos. Contudo, contratempos passageiros que foram solucionados rapidamente.
Percebi a felicidade estampada nos rostos dos alunos surgindo quando passaram as mãos e notaram que poderiam fazer diversos movimentos com os braços, algo que para alguns eram um pouco complicado.
Após a textura ficar seca começamos a utilizar as tintas guaches de diversas cores, uns queriam passar com as mãos, outros queriam usar os pinceis apoiados em vez de pingar tintas iguais ao pintor Pollock, outros seguiam fielmente a forma do artista.
Levamos quase uma semana para a concretização das pinturas, pois tínhamos que deixar as tintas secarem para depois aplicar outras camadas de tinta de outras cores, porque senão eles iriam colocando uma tinta sobre a outra, sendo preciso às vezes até limpar os excessos.
Achei melhor não distribuir as tintas todas de uma vez, pois alguns não tinham muito controle motor sobre as mãos o que poderiam derrubar os materiais. Foi entregue uma cor de cada vez, quando sujavam os pinceis eles mesmos iam ao lavatório para lavá-los e aproveitavam convidando outros alunos para verem suas obras, a sala de aula parecia uma passarela de tantos visitantes que recebemos neste período, tanto alunos como professores que iam para observarem os trabalhos.
A instituição ficou um alvoroço, pois outros alunos queriam participar, os professores elogiavam os trabalhos o tempo todo, os novos artistas todos os dias perguntavam se já podiam levar para casa as suas produções, eu respondia que só iriam levar quando fizéssemos a exposição.
Ao final das pinturas peguei uma cartolina branca e carimbei as digitais de suas mãos com tintas de várias cores, recortei e contornei a janela onde seriam colocadas as telas para a exposição, com a frase: “O mundo tem a cor que você pinta”.
Para nossa surpresa a artista plástica visitou-nos em nossa exposição, a qual tirou fotos juntamente com os alunos.
Brinquei com os alunos pedindo uma tela deles de presente. Não consegui ganhar nenhuma, pois diziam que a mamãe queria ver e eles iriam colocar na parede da sala da casa deles.
A felicidade de poderem levar o trabalho para casa feito pelas suas próprias mãos e mostrarem para seus pais era maior do que me presentear.
Finalizei as pinturas passando uma camada de verniz para dar um brilho, que ficou maravilhoso, não deixei os alunos passarem o verniz por ter um cheiro muito forte. A diretora fotografou todos os momentos e disse que irá ficar guardado para a instituição, pois foi algo renovador para aquele meio, cuja intervenção auxiliará para acrescentar como atividades em seu plano de curso.
Enfim, chegamos ao final de nossas produções com nossos corações felizes de poderem realizar com prazer estas atividades e descobrir que auxiliei no desenvolvimento individual que contemplou informações de natureza física, psíquica, sócio-afetiva e psicomotora, além de enfatizar o aspecto funcional e habilidades dos alunos, em que os procedimentos artísticos propiciaram a exploração através de atividades de pintura abstrata, as quais visaram o desenvolvimento do percurso de criação pessoal com predominância comportamental. Exercitaram, também, a coordenação motora (fina e grossa), atenção e desenvolveram a criatividade de forma inovadora.
Para concluir, com esta mensagem de um autor desconhecido:
Se você deixa de ver a pessoa, vendo apenas a portadora de necessidades especiais, quem é o cego?
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a justiça, quem é o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa, quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de todos, quem é o aleijado?
A atitude para com as pessoas com necessidades especiais pode ser nossa maior deficiência...
E a sua também.
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a justiça, quem é o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa, quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de todos, quem é o aleijado?
A atitude para com as pessoas com necessidades especiais pode ser nossa maior deficiência...
E a sua também.
(autor desconhecido)
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
PEQUENA ALTERAÇÃO NO PLANO DE INTERVENÇAO PEDAGÓGICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: Estágio Supervisionado III
Professora: Flávia Cirqueira
Aluna; Edna Iraci Roldão Leite
Pólo: Catalão – Goiás
Plano de Intervenção Pedagógica
Identificação
Nome: Abstracionismo gestual.
Tema: “O mundo tem a cor que você pinta”!
Introdução
Em sentido amplo, abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação do mundo.
.... A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional".
Nas artes, o Abstracionismo lírico ou abstracionismo expressivo inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior".
Espaço de intervenção pedagógica:
Essa atividade didática será desenvolvida Associação Pestalozzi em uma turma alunos especiais, sendo três com Síndrome de Down, e quatro com deficiência mental, três com coordenação motora bem comprometida. Será realizado no período vespertino, sendo uma turma num total de dez alunos.
Justificativa
Temos o interesse em trabalhar com o tema abstracionismo, mais precisamente com o expressionista abstrato Jackson Pollock e sua pintura gestual. A necessidade deste projeto é ampliar o campo de visão para o mundo das artes, assim pretendo, neste projeto, que os alunos trabalhem a pintura de forma lúdica, sem a preocupação com o perfeccionismo de uma pintura figurativa, apenas trabalhando o emocional e o gestual, o que ampliaria a visão para questões psicológicas.
As obras abandonam o compromisso de representar a realidade aparente, não reproduzem figuras nem retratam temas. O que importa são as formas e as cores da composição.
Para os alunos especiais, o ensino deve ocorrer de forma sistemática e organizada, não deve ser teórico nem metódico, deve acontecer de forma agradável, despertando o interesse do aluno. O trabalho com o aluno especial deve ser realizado de forma gradual, levando em conta que este aluno não consegue observar muitas informações. No entanto, estas informações não devem ser apresentadas ao aluno isoladamente ou mecanicamente, para que aprendizagem ocorra com facilidade, através de momentos prazerosos.
É importante respeitarmos o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, respeitando a evolução gradativa da sua aprendizagem. Consideramos o aluno como um sujeito que elaboram o seu conhecimento e a sua evolução pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno as situações.
Objetivo geral:
-Proporcionar aos alunos a possibilidade de contato com arte, pois as atividades em arte permitem o desenvolvimento do discente no que diz respeito a sua sociabilidade, afetividade e intelectualidade, contribuindo para o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da estética, da coordenação motora, da observação, da autoconfiança, da habilidade manual, da sensibilidade, do senso rítmico, do sentido de composição, de estilização de distribuição de formas e da conscientização do que a criança pode vir a fazer através da memória.
A intenção no arranjo discursivo abstracionista coloca a cor como o sujeito da pintura, que se transforma em forma pela ação gestual do artista que a manipula. É a cor que constrói a forma, assim devemos promover a liberação do emocional, propiciando a descoberta para estes alunos, que a beleza e a pintura não estão apenas no traço perfeito, mas na emoção de transpormos para o suporte, seja ela qual forem, todos os sentimentos, sejam eles bons ou ruins. E esta liberdade será buscada através dos traços aleatórios de Jackson Pollock, que foi considerado um pintor instável, até descobrir na pintura gestual, toda a sua genialidade.
Objetivos específicos:
-Relacionar os procedimentos artísticos propiciando a exploração através de atividades de pintura abstrata, visando o desenvolvimento do percurso de criação pessoal com predominância comportamental.
-Exercitar a coordenação motora (fina e grossa) e atenção.
-Utilizar a criatividade de forma inovadora.
-Ampliar o conhecimento cultural dos alunos, como: visita a ateliê de arte, observação de pinturas do artista Jackson Pollock e suas obras gestuais.
-Desenvolver juntamente com os alunos uma arte abstrata.
Metodologia:
A execução do Plano será na sala de aula com as telas nas carteiras e não no chão igual ao pintor Jacksom Pollock pintava. Para o desenvolvimento da oficina foi realizada uma pesquisa de campo para coleta de dados para a definição da proposta.
A proposta de intervenção foi estruturada em sete etapas, sendo:
Primeira etapa.
-Visita ao ateliê da artista plástica: Lara
Segunda etapa.
-Apresentação de um vídeo relacionado a as obras de Jackson Pollock.
Terceira etapa:
-Demonstração do material (tela 30x30, tintas guache de várias cores, pinceis, massa corrida PVC branca, cola branca) e explicação de seu uso.
Quarta etapa:
-Passando textura na tela com massa corrida, com as mãos.
Quinta etapa:
- Colocar para secar a tela.
Sexta etapa:
-A oficina de pintura da tela.
Sétima etapa:
-Exposição das telas no corredor da instituição.
Materiais necessários.
Música relaxante, (sons instrumentais).
Um copinho de plástico descartável, tamanho desses comuns de café
Tinta guache de várias cores.
Cola branca.
Pinceis.
Pedaços de pano para limpar os pinceis.
Massa corrida PVC.
Cronograma:
01 a 05/10 – Apresentação da proposta do Plano de Ação a coordenadora da associação: Lucimar
05 a 14/10 – Elaboração do Plano de Ação.
15/10 – Apresentação do Plano de Ação no Presencial.
16 a 30/10 – Finalização da elaboração do Plano de Ação e postagem no Blog.
03 a 17 /11 – Execução do Plano de Ação. ”O mundo tem a cor que você pinta!”
Dia 03 de novembro: visita ao ateliê da artista plástica: Lara
Dia 05 de novembro: assistir na sala de vídeo Jackson Pollock e sua Arte.
Dia 08 de novembro: demonstração do material (tela, tintas guache de várias cores, pinceis, massa corrida PVC branca, cola branca) e explicação de seu uso.
Dia 9 de novembro: passando textura na tela com massa corrida e cola branca,
Dia 10 de novembro: deixar secar
Dia 16 de novembro: Pintando a tela
Dia 22 de novembro: exposição das telas no corredor da instituição.
02 e 03/12 – Entrega relatório da execução do Plano de Ação.
Avaliação/Conclusão
A avaliação do aluno deverá ser individual, que contemple informações de natureza física, psíquica, sócio-afetiva e psicomotora, além de enfatizar o aspecto funcional e habilidades do aluno.
Observação: todo o material produzido no projeto “ABSTRACIONISMO – “O mundo tem a cor que você pinta”! Será exposta nos corredores aberta a todos os funcionários da instituição. Após será doadas aos alunos para levarem para suas casas.
Para concluir, gostaríamos de para-fraser com Loinello Venture: "A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os limites do conhecimento; é ai que se encontra o seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo."
Bibliografia:
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Plano de Intervenção Pedagógica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Faculdade de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
Disciplina: Estágio Supervisionado III
Professora: Flávia Cirqueira
Aluna; Edna Iraci Roldão Leite
Pólo: Catalão – Goiás
Plano de Intervenção Pedagógica
Identificação
Nome: Abstracionismo gestual.
Tema: “O mundo tem a cor que você pinta”!
Introdução
Em sentido amplo, abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação do mundo.
.... A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional".
Nas artes, o Abstracionismo lírico ou abstracionismo expressivo inspirava-se no instinto, no inconsciente e na intuição para construir uma arte imaginária ligada a uma "necessidade interior".
Espaço de intervenção pedagógica:
Essa atividade didática será desenvolvida Associação Pestalozzi em uma turma alunos especiais, sendo três com Síndrome de Down, e três com deficiência mental, três com coordenação motora bem comprometida. Será realizado no período vespertino, sendo uma turma num total de nove alunos.
Justificativa
Temos o interesse em trabalhar com o tema abstracionismo, mais
precisamente com o expressionista abstrato Jackson Pollock e sua pintura gestual. A necessidade deste projeto é ampliar o campo de visão para o mundo das artes, assim pretendo, neste projeto, que os alunos trabalhem a pintura de forma lúdica, sem a preocupação com o perfeccionismo de uma pintura figurativa, apenas trabalhando o emocional e o gestual, o que ampliaria a visão para questões psicológicas.
As obras abandonam o compromisso de representar a realidade aparente, não reproduzem figuras nem retratam temas. O que importa são as formas e as cores da composição.
Para os alunos especiais, o ensino deve ocorrer de forma sistemática e organizada, não deve ser teórico nem metódico, deve acontecer de forma agradável, despertando o interesse do aluno.O trabalho com o aluno especial deve ser realizado de forma gradual, levando em conta que este aluno não consegue observar muitas informações. No entanto, estas informações não devem ser apresentadas ao aluno isoladamente ou mecanicamente, para que aprendizagem ocorra com facilidade, através de momentos prazerosos.
É importante respeitarmos o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, respeitando a evolução gradativa da sua aprendizagem. Consideramos o aluno como um sujeito que elaboram o seu conhecimento e a sua evolução pessoal a partir da atribuição de um sentido próprio e genuíno as situações.
Objetivo geral:
-Proporcionar aos alunos a possibilidade de contato com arte, pois as atividades em arte permitem o desenvolvimento do discente no que diz respeito a sua sociabilidade, afetividade e intelectualidade, contribuindo para o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da estética, da coordenação motora, da observação, da autoconfiança, da habilidade manual, da sensibilidade, do senso rítmico, do sentido de composição, de estilização de distribuição de formas e da conscientização do que a criança pode vir a fazer através da memória.
A intenção no arranjo discursivo abstracionista coloca a cor como o sujeito da pintura, que se transforma em forma pela ação gestual do artista que a manipula. É a cor que constrói a forma,assim devemos promover a liberação do emocional, propiciando a descoberta para estes alunos, que a beleza e a pintura não estão apenas no traço perfeito, mas na emoção de transpormos para o suporte, seja ela qual forem, todos os sentimentos, sejam eles bons ou ruins. E esta liberdade será buscada através dos traços aleatórios de Jackson Pollock, que foi considerado um pintor instável, até descobrir na pintura gestual, toda a sua genialidade.
Objetivos específicos:
-Relacionar os procedimentos artísticos propiciando a exploração através de atividades de pintura abstrata, visando o desenvolvimento do percurso de criação pessoal com predominância comportamental.
-Exercitar a coordenação motora (fina e grossa) e atenção.
-Utilizar a criatividade de forma inovadora.
-Ampliar o conhecimento cultural dos alunos, como: visita a ateliê de arte, observação de pinturas do artista Jackson Pollock e suas obras gestuais.
-Desenvolver juntamente com os alunos uma arte abstrata.
Metodologia:
A execução do Plano será na sala de aula com as telas nas carteiras e não no chão igual ao pintor Jacksom Pollock pintava. Para o desenvolvimento da oficina foi realizada uma pesquisa de campo para coleta de dados para a definição da proposta.
A proposta de intervenção foi estruturada em sete etapas, sendo:
Primeira etapa.
-Visita ao ateliê da artista plástica: Lara
Segunda etapa.
-Apresentação de um vídeo relacionado a as obras de Jackson Pollock.
Terceira etapa:
-Demonstração do material (tela 30x30, tintas guache de várias cores, pinceis, massa corrida PVC branca, cola branca) e explicação de seu uso.
Quarta etapa:
-Passando textura na tela com massa corrida, com as mãos.
Quinta etapa:
- Colocar para secar a tela.
Sexta etapa:
-A oficina de pintura da tela.
Sétima etapa:
-Exposição das telas no corredor da instituição.
Materiais necessários.
Música relaxante, (sons instrumentais).
Um copinho de plástico descartável, tamanho desses comuns de café
Tinta guache de várias cores.
Cola branca.
Pinceis.
Pedaços de pano para limpar os pinceis.
Massa corrida PVC.
Cronograma:
01 a 05/10 – Apresentação da proposta do Plano de Ação a coordenadora da associação: Lucimar
05 a 14/10 – Elaboração do Plano de Ação.
15/10 – Apresentação do Plano de Ação no Presencial.
16 a 30/10 – Finalização da elaboração do Plano de Ação e postagem no Blog.
03 a 17 /11 – Execução do Plano de Ação. ”O mundo tem a cor que você pinta!”
Dia 03 de novembro: visita ao ateliê da artista plástica: Lara
Dia 05 de novembro: assistir na sala de vídeo Jackson Pollock e sua Arte.
Dia 08 de novembro: demonstração do material (tela, tintas guache de várias cores, pinceis, massa corrida PVC branca, cola branca) e explicação de seu uso.
Dia 9 de novembro: passando textura na tela com massa corrida e cola branca,
Dia 10 de novembro: deixar secar
Dia 16 de novembro: Pintando a tela
Dia 19 de novembro: exposição das telas no corredor da instituição.
02 e 03/12 – Entrega relatório da execução do Plano de Ação.
Avaliação/Conclusão
A avaliação do aluno deverá ser individual, que contemple informações de natureza física, psíquica, sócio-afetiva e psicomotora, além de enfatizar o aspecto funcional e habilidades do aluno.
Observação: todo o material produzido no projeto “ABSTRACIONISMO – “O mundo tem a cor que você pinta”! Será exposta nos corredores aberta a todos os funcionários da instituição. Após será doadas aos alunos para levarem para suas casas.
Para concluir, gostaríamos de para-fraser com Loinello Venture: "A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os limites do conhecimento; é ai que se encontra o seu reino. Toda a ciência do mundo não seria capaz de penetrá-lo."
Bibliografia;
Leitura inspirada e leitura metódica do meu percurso.
Leitura inspirada e leitura metódica do meu percurso.
Ao fazer a minha caminhada a procura de algo para fazer o meu estágio III, deparei-me com a Associação Pestalozzi, fiquei um pouco desnorteada ao ver a quantidade de pessoas com necessidades especiais que existem em minha cidade. E por estar envolta ao meu mundo nunca parei para observar.
O local é todo cercado de tela, bem grande, com área de lazer, piscina, quadra de esporte, playgraoud
Em meio a estas observações contemplei alguns transportes chegando e deixando pessoas, vi pessoas com diversos tipos de deficiências, mais todos com um sorriso estampado no rosto.
Movida por uma força maior aproximei, fui recebida por pessoas com necessidades especiais que vinha ao meu encontro com os braços abertos, deram-me um grande abraço, chamando-me de minha amiga.
Fui convidada a entrar, observei diversos tipos de oficinas, e atividades recreativas, os alunos conversam sobre diversos assuntos, ouvem radio, ou algum cd de músicas que mais gostam, existe um clima de paz e alegria.
Envolvida naquele clima de harmonia, senti a necessidade de contribuir de alguma forma. Em conversa com as orientadoras disseram que os alunos ficam muito empolgados com atividades novas. Então percebi que havia encontrado a minha porta de entrada, na qual eu poderia ajudar de alguma forma.
Diante desta porta a qual investiguei e constatei que existe somente natação, fisioterapia, fonoaudióloga, dentista, futebol, artesanato em tapete, enfeites em alguns vasos, percebi que ali eu poderia fazer a minha porta de entrada ensinando aulas de pinturas, pois estou disposta a fazer algo diferente, pretendo desenvolver minha intervenção pedagógica, com estes alunos desta instituição, acho que é a idéia mais desafiadora e encantadora que me envolvi.
A partir desta caminhada constatei que o termo cidade educadora ganhou outro sentido para minha vida, pois além de observar mais detalhadamente os locais por onde passo, estas observações levou-me a refletir sobre como a vida é bela, e que devemos valorizar cada vez mais a nossa vida e toda a cultura que nos cercam, sem recriminar ninguém.
Perante o exposto, acredito que como educadora serei capaz de contribuir fazendo a diferença na vida deles e que pra isso, em primeiro lugar, devo eu mesma buscar compreender o seu universo apenas doando um pouco do meu tempo e de meus conhecimentos para que eles tenham um pouco a mais de alegria.
Finalizo com esta poesia de Alexandre, aluno do APAE, retirado da internet.
ILUSÕES DO AMANHÓPor que eu vivo procurando
Um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você
Eu quero apenas viver
Se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar
Sem nem ao menos me olhar
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um
O meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho
Na procura de te esquecer
Eu fiz brotar a flor
Para carregar junto ao peito
E crer que esse mundo ainda tem jeito
E como príncipe sonhador
“Sou um tolo que acredita ainda no amor.” (Alexandre Lemos – APAE)
14/09 a 24/09
www.romario4011.com.br/criancas-necessidades-especiais
terça-feira, 28 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
TEXTO/RESUMO - Estágio III – Unidade I
A Cidade e suas Possibilidades Educativas.
O mapeamento do Estagio I, fiz na minha cidade de Catalão, onde destaquei o colégio João Netto de Campos, mas em seguida deixei de mapear esta área por eu estar trabalhando na cidade de Três Ranchos, resolvi prosseguir o meu estagio lá, devido eu permanecer o dia todo naquela cidade.
No estágio II, fizemos observações na escola estadual daquele município, por haver somente uma,.Observamos os alunos no recreio e em sala de aula, houve muito dialogo entre nós professoras e coordenação, onde planejamos juntas as aulas que iríamos ministrar. Podemos constatar que neste colégio não existe oficinas de artes, as professoras fazem suas atividades na própria sala de aula, o único laboratório que existe é o de informática. Tivemos a oportunidade de refletir sobre rotinas, conflitos e saberes pedagógico e realizarmos nossa primeira intervenção pedagógica nesse curso, em um espaço de educação formal. Observamos, vivenciamos para depois idealizarmos nossas oficinas. Planejamos sistematicamente nossa ação pedagógica, para depois desenvolve-la. Saímos satisfeita com o trabalho realizado, pois obtivemos os parabéns tanto da coordenação como das professoras, isto foi muito satisfatório para nós.
A proposta agora e ampliarmos nossas experiências para além dos muros da escola, tomando a cidade como referencia para a elaboração de projetos de ação educativa.
Estou ansiosa quanto ao estagio III, pois é uma experiência nova que iremos ter, e sei que será muito gratificante para o nosso crescimento.
Estou ansiosa quanto ao estagio III, pois é uma experiência nova que iremos ter, e sei que será muito gratificante para o nosso crescimento.
- A Cidade Educativa: seus lugares, seus habitantes, seus ofícios, sua cultura.
O desafio é olhar para a cidade de uma maneira diferente, olhar daquele que acaba de chegar, de quem acaba de nascer para a eterna novidade do mundo. Ver aquilo quer nunca havíamos prestado atenção no contexto cotidiano, no dia a dia. Pensar a cidade enquanto um organismo vivo, dinâmico, que trás uma historia feita pelos seus habitantes, cada um com suas relações, profissões, ofícios, e sua cultura.
A proposta agora é discutir a cidade como produção de espaço urbano.
A efetivação da cidade como educadora se constitui na resistência à tendência de práticas individualistas na cidade. A cultura diz respeito a todos os fazeres, saberes e viveres pelos quais as pessoas se constituem em seus lugares, cidades, nas suas terras, como trabalham, produzem e pensam as mais diferentes profissões/ações.
Ver a cidade assim como diz Cavalcanti, (2001, p. 16), pensar a cidade é pensar também em lógicas não capitalistas, pré-capitalistas; é pensar na cidade como obra; é, pensando a cidade centralizada na lógica da produção capitalista, pensar também nos interstícios e nas contradições espaciais, nas desconstruções e (re) territorializações.
-Imagens:(Des) construções – Propostas para um passeio Etnográfico.
Ver a cidade constitui ainda uma experiência corporal. Trata-se do corpo apropriando-se do espaço da cidade e percebendo tanto o odor de um rio fétido, quanto a brisa suave no final da tarde, assim como também está atento à violência, aos sinais de transito, ao asfalto quente, ao verde. Ele é tanto entidade formuladora de imagens quanto elementos constitutivo da imagem, ele é parte integrante desta paisagem urbana.
Tornar o familiar estranho!
A arte que existe em nossa vida cotidiana é invisível.,muitas vezes passamos por despercebidos, ou na correria do dia-a-dia nem prestamos atenção.No entanto, quando a arte local é interpretada a partir do seu contexto, essa interpretação aciona não só uma maior compreensão da arte em si, mas também uma análise crítica do sistema de produção e dos valores nela refletidos (...). O perturbamento do familiar descreve esse processo de tornar visível a arte e a cultura locais (...). (BASTOS, 2006)
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
UNIDADE I- POR QUE O PRAGMATISMO? IMAGINANDO NOVAS FORMAS DE ENSINO DA ARTE
PORQUE O PRAGMATISMO?
Imaginamos novas formas de ensino da arte.
-Caráter antinormativo (posição critica ante o método e pretensão de ser um modelo de explicação da realidade)
-Manter alerta diante do conhecimento já estabelecido e o olhar sem medo para uma mudança de paradigma.
-somos construtores de discursos, entre laçadores de idéias e experiências.
-Situar nossa atuação educativa para produzir e refletir no campo das artes, maior familiaridade conceitual e metodológica com o objeto do nosso trabalho.
*A arte como experiência de relato aberto.
A obra de arte seja feita como um resumo de experiências que podem ter infinitas interpretações. Assim a obra de arte em relatos abertos deve neutralizar o caráter elitista.
Devem experimentá-las em seu contexto histórico e cultural (não como elemento isolado.
*No debate sobre o campo de estudo deve estimular a promover a restauração da continuidade entre as formas refinadas e intensas das experiências.
Todas as formas de manifestações culturas sejam populares, cultas, canônicas ou de massa, constituem diferentes respostas a necessidade.
O dialogo com a cultura visual a estética pragmatista ajuda a mudar o foco, tirando a atenção do objeto para direcioná-lo á atenção experiência que envolve e estimula.
Fazendo uma ligação com do texto com o meu percurso, percebi que a arte pode ser feitas como resumo de experiências que podem ter infinitas interpretações e formas de expressão visual, em especial as que utilizam a cidade como suporte. A cidade se transformou em um espaço de consumo tanto de bens materiais quanto de bens simbólicos. Assim devido às diversas expressões visuais no meu caminho, percebo que cada ser humano tem uma interpretação diferente, e minhas observações quanto ao meu percurso, foi que nem todo mundo percebe arte por onde passa, por estarem ocupados demais com seus problemas, ou na correria do dia a dia.
Assim pretendo levar um pouco de arte por onde eu passar, ensinando e que a arte, cultura visual e outras formas de cultura estética podem compartilhar o mesmo espaço.
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